* 10 de Janeiro de 2009
Por Rodrigo Alves
O fim de semana é de estreia brasileira na Europa: Clarissa faz sua primeira partida oficial pelo Vagos, de Portugal. A pivô carioca (sim, ela é de Campo Grande, bairro do Rio, e não Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, como diz o site do time) já disputou um jogo amistoso contra um time sub-18 masculino, mas agora é para valer: o adversário deste domingo é o Boa Viagem, líder da liga nacional. Para termos uma idéia do que Clarissa vai encontrar no outro lado do Atlântico, nada melhor do que bater um papo com quem já está por lá há algum tempo. Então o Rebote conversou com Fernanda Beling. A ala do Vagos, que vestiu a camisa da seleção brasileira nas Olimpíadas de Pequim, nos ajuda a saber um pouco mais sobre o que rola no basquete feminino português.
REBOTE – Que diferenças você notou entre o basquete em Portugal e no Brasil?
FERNANDA - Na Europa em geral temos um jogo mais físico e lento, mas de fácil e rápida adaptação. Nosso time faz um bom investimento. Eles têm todas as categorias de formação até o adulto, tanto masculino como feminino. Nós do adulto temos uma estrutura excepcional. São seis restaurantes disponíveis, um excelente apartamento, TV a cabo, internet, telefone, carro, lavanderia, não nos falta absolutamente nada.
REBOTE - Como é a sua rotina aí?
FERNANDA- Treino todos os dias em dois períodos, exceto segunda-feira, que é a nossa folga – jogamos nos fins de semana. No tempo que tenho livre, quando não estou muito cansada, gosto de passear em Aveiro, uma cidade turística linda, e vou também às praias que temos aqui na região. Vou muito ao cinema e a jantares com amigos. Em casa estou sempre na internet, muitas vezes no Skype e vendo a Record e as novelas da Globo – no momento são quatro passando aqui, mas infelizmente não consigo acompanhar todas (risos). Moro com a portuguesa Raquel e com a Clarissa, que se juntou agora ao time.
REBOTE - Como é o trabalho de base aí comparado com o do Brasil?
FERNANDA - Não podemos generalizar o Brasil por inteiro, porque o trabalho de base que é feito em São Paulo, por exemplo, é diferente de qualquer outro lugar, com estrutura, muito trabalho e qualidade. Aqui existem vários clubes com base, mas eles deixam a desejar em alguns aspectos. Treina-se pouco e com pouco nível.
REBOTE - No último Eurobasket masculino, Portugal até conseguiu boas vitórias e fez um papel bastante razoável. Mas no feminino a seleção não jogou em 2007 e também não se classificou para 2009. O Vagos tem duas jogadoras na seleção. O que elas comentam sobre a situação do basquete?
FERNANDA - Sim, a Carla e a Sara são jogadoras da seleção. Alguns fatores que acontecem são pouca rodagem internacional, pouco tempo de treinamento e pouca disponibilidade, pois não são todas que têm o basquete como profissão. Muitas delas trabalham e estudam, não estão disponíveis em tempo integral.
REBOTE - Falando em seleção, você foi às Olimpíadas e, claro, quer continuar sendo convocada. Seu planejamento para o futuro com a seleção passa pela escolha do lugar onde vai jogar?
FERNANDA - Acredito que o lugar onde trabalho não influencia numa convocação. Sei que o técnico acompanha os trabalhos feitos em todo o mundo e sabe bem onde estão e o que estão fazendo as jogadoras. Pode influenciar em relação a cada uma se apresentar melhor ou pior. Ainda não sei sobre as próximas temporadas. Aqui em Portugal acaba em maio, depois quero jogar o Paulista.
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